Moradores de diversas cidades do interior de Rondônia relataram ter sentido um forte tremor de terra na noite de domingo (22).
O fenômeno aconteceu por volta das 19h45 e atingiu principalmente os municípios de Jaru, Ouro Preto do Oeste, Ji-Paraná, Mirante da Serra e Nova União.
Segundo os relatos, o tremor foi breve, com duração de aproximadamente 4 a 5 segundos, mas foi suficiente para assustar moradores e provocar a vibração de janelas, portões e objetos dentro das residências. Em alguns pontos, o estrondo foi comparado a uma explosão subterrânea.
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Vídeos de câmeras de segurança compartilhados nas redes sociais mostram o momento em que estruturas metálicas se movem e animais reagem ao abalo.
O sistema de detecção de terremotos do Google Android enviou notificações automáticas para celulares na região no momento do tremor.
Além disso, o Centro de Sismologia da USP confirmou que recebeu três notificações sobre o fenômeno em Jaru, reforçando que a movimentação foi real e registrada por sensores sismográficos.
Até o momento, não há informações oficiais sobre a magnitude ou epicentro do tremor. Os dados ainda estão sendo analisados por instituições especializadas.
A Defesa Civil estadual informou que, até o momento, não foram registrados danos estruturais nem ocorrências relacionadas ao tremor. A orientação para a população é manter a calma e reportar qualquer alteração ou dano em construções.
Segundo geólogos, os abalos sísmicos percebidos na região podem ter origem em camadas profundas da crosta terrestre e não indicam, necessariamente, risco de novos tremores. No entanto, os dados captados serão avaliados para determinar a causa do fenômeno com precisão.
Apesar de serem raros, tremores de terra não são novidade em Rondônia. Em anos anteriores, cidades como Porto Velho, Vilhena, Guajará-Mirim e Candeias do Jamari já sentiram pequenos abalos, geralmente de baixa magnitude e sem registro de danos.
Em 2005, moradores da capital relataram o chão vibrando após um forte sismo ocorrido no Peru. Em 2018, um tremor leve foi sentido em Candeias do Jamari. Já em 2020 e 2021, os municípios de Guajará-Mirim e Vilhena também registraram episódios semelhantes, todos monitorados por instituições como o Observatório Sismológico da UnB e o Centro de Sismologia da USP.
Segundo especialistas, Rondônia não está localizada sobre uma falha geológica ativa, como ocorre em regiões do Chile ou da Cordilheira dos Andes. No entanto, por estar relativamente próxima dessas áreas, o estado pode sentir os efeitos de tremores mais profundos e distantes, como uma espécie de “reflexo sísmico”.
Mesmo que não representem, a princípio, um risco direto à população, esses eventos servem de alerta para o monitoramento constante das estruturas geológicas da região.
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